segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Quando o bicho devora.

Fui viajar porque tinha muito tempo livre, mesmo que não o tivesse inventava tempo, se é que ainda é possível.  Viajar é fácil. Ter dinheiro para viajar é mais difícil. Fumar é caro e mata. Viajar é caro e não mata. Qual as diferenças? Um mata e o outro faz viver. É o ponto de partida. O melhor que podes pedir a alguém é uma viagem, mas o melhor ainda, é ofereceres a ti próprio. Quando comprei a primeira viagem, estava longe de saber que o bicho me ia devorar. Tanto me devorou que ainda hoje gosto de ser devorado pelo bicho da ânsia de fazer as malas e partir.

Sou adepto do pouco importa. Pouco importa se é para Espanha, para Inglaterra, para as ilhas ou para a Ásia. O que importa é ir. “O que custa é o início, depois habituaste”, nas viagens acontece o mesmo, se marcas a primeira já ninguém te pára.

A ryanair é a empresa onde por mais que ouças falar da falta de espaço, dos lugares apertados, da falta de simpatia das meninas no check-in, tudo isso se atura só porque o preço é do melhor. Marcar uma viagem é tão simples, como passares o cartão de multibanco numa caixa de hipermercado, a diferença é que aqui não colocas o código de 4 dígitos, mas as informações do cartão. 


Queres viajar… Marcas a viagem com pelo menos um mês de antecedência, utilizas o portal www.momondo.pt para pesquisares datas e preços, quando achares que o valor está óptimo, vais ao site da companhia e só tens de preencher os dados e fazer o pagamento. Se não queres ter muito trabalho, passas numa agência de viagens e por mais 15€, passas esse trabalho a alguém.

Mas afinal, os aviões da ryanair são maus?  Claro que sim. Debaixo dos assentos tem cobras famintas, nas casas de banho está um homem com um machado e logo que te dá aquela vontade de urinar, trata-te da tosse a custo zero, tirando isso, só mesmo o facto de o avião andar a água e não ter asas…



Não tenhas medo de arriscar numa viagem, fala com o teu amigo, marca com a tua namorada, combina com o amigo que está na Europa e aparece por lá, acredita que se conseguires sobreviver à cobras famintas e ao homem do machado, vais aproveitar e regressas com teus horizontes bem mais alargados. Porque sim, e não é mito, viajar dá-te aquilo que o dinheiro não é capaz de te dar, crescer intelectualmente. Se tudo correr bem,  existe sempre a possibilidade de surgir um novo amor no meio das ruas europeias, mas isso é outra conversa para falar mais à frente.
SP

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